A Seara Esta Pronta, Onde Estão Os Ceifeiros. Mt. 9.37
INTRODUÇÃO: Jesus visitou não somente as cidades grandes e ricas, senão as aldeias pobres e escuras, e ali pregou e curou. As almas dos mais vis do mundo são tão preciosas para Cristo, e devem sê-lo para nós, como as almas dos que mais figuram. Havia sacerdotes, levitas e escribas em toda a terra; mas eram pastores de ídolos. Zc.11.17; portanto, Cristo teve compaixão do povo como ovelhas desamparadas e dispersas, como homens que perecem por falta de conhecimento. Hoje também há multidões enormes que são como ovelhas sem pastor, e devemos ter compaixão e fazer tudo quanto pudermos para ajudá-los. As multidões desejosas de instrução espiritual formam uma colheita abundante que necessitava muitos operários ativos; mas poucos mereciam esse caráter. Cristo é o Senhor da seara. Oremos que muitos sejam levantados e enviados a trabalhar para levar amas a Cristo. É sinal de que Deus está por conceder alguma misericórdia especial a um povo quando os convida a orar por isso. As missões encomendadas aos operários como resposta à oração, são as que mais provavelmente terão êxito. Vivemos nos últimos tempos: tempos de crise espiritual, moral e social, que projeta-se também na Igreja do Deus vivo. Já não existem obreiros para atender à obra do Senhor, pois poucos querem ser como os ceifeiros da Bíblia.
O ceifeiro Abraão que saiu de sua parentela, crendo no invisível. Hoje os ceifeiros não querem abandonar as famílias pela obra. Gn. 12.5. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã. Ora disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai. A narrativa bÍblica esclarece que antes de migrar para a Palestina, Abrão teve duas residências. Passou seus primeiros anos de vida em Ur e então um longo período em Harã. Cada uma dessas comunidades foi o seu lar. Ele teve de deixar amigos, vizinhos, e parentes quando saiu de Ur e outros tais quando partiu de Harã. Em cada caso, o triplo laço de terra, povo e parentes foi seccionado. O Bispo Ryle diz que Abrão recebeu a ordem de: a)renunciar às certezas do passado, b) enfrentar as incertezas do futuro, c) olhar e seguir a direção da vontade de Deus. Foi uma grande exigência, Hb. 11.8. Provações severas estavam à espera dele Este chamado deve lhe ter sido feito enquanto ele ainda vivia em Ur At.7.2. Foi renovado muitos anos mais tarde em Harã.
O ceifeiro Noé, que foi justo em um mundo injusto. Hoje os ceifeiros querem viver como o mundo vive. Gn. 6.9. Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus. Noé era homem justo e íntegro. Noé andava com Deus. Com estas palavras o autor descreve três características de uma vida piedosa, justiça, pureza e santidade. Gn. 6.8, ele achou graça diante do Senhor. A palavra justo do hebraico saddiq descreve o caráter de Noé conforme se manifestava em relação aos outros seres humanos: "honestidade" ou "honra" era evidente em seu comportamento. Toda a sua conduta revelava esta justiça moral e ética Ez. 14.14, 20. A palavra hebraica tâmim, íntegro, descreve o produto perfeito de um construtor sábio é inteiro, completo e perfeito. Visto objetivamente, a palavra imaculado descreve o caráter. No reino da ética, a idéia de "integridade" é a sua derivada, Jó 1.1. A declaração, ele andava com Deus, abre um outro setor do pensamento. Ao andar com Deus, Noé demonstrou um espírito, uma atitude e um caráter que o tornava aceito e aprovado para um relacionamento espiritual mais íntimo. Ele manifestava qualidades de alma que o tomavam querido ao Senhor, Gn. 5.22; Mq. 6.8; Ml. 2.6.
Hoje os ceifeiros não querem abandonar seus altos e rendosos cargos. O ceifeiro Eliseu, que matou os bois e seguiu a Deus. I Rs. 19.19-21. Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele. Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia. Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate. Eliseu significa, literalmente, Meu Deus é salvação. O lugar exato onde Eliseu se encontrava na ocasião de sua vocação não está declarado, embora seu lar tenha sido em Abel Meolá, ao norte do Vale do Jordão.
Elias jogou seu manto sobre ele, um ato simbólico que significava que o poder e a autoridade de Elias, o profeta que se aposentava, passariam para o jovem profeta, Eliseu. Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe. Ficamos admirados diante da rude resposta de Elias a um pedido aparentemente razoável, até nos lembramos que as festas de despedida no Oriente às vens levam dias e até mesmo semanas. Voltou Eliseu de seguir a Elias. Apesar da recusa abrupta do Vs. 20, o jovem recebeu permissão de dar um adeus rápido a sua família e amigos. A festa preparada para a ocasião foi sem dúvida em homenagem de Elias, o profeta idoso, além de ser uma despedida. Então se dispôs e seguiu a Elias, e o servia. A primeira das ordens recebidas no Horebe acabava de ser cumprida por Elias. Estava assegurada a continuação do ministério profético na pessoa de Eliseu, filho de Safate, depois da assunção de Elias.
Hoje os ceifeiros não querem trabalhar duramente, querem facilmente. O ceifeiro Jacó que trabalhou duramente para obter sua riqueza. Gn. 30.25-29. E aconteceu que, como Raquel deu à luz a José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir, que me vá ao meu lugar, e à minha terra. Dá-me as minhas mulheres, e os meus filhos, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o serviço que te tenho feito. Então lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o Senhor me abençoou por amor de ti. E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei. Então lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado comigo. Disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte, à minha terra. Quanto José nasceu, Jacó já terminara de pagar todo o seu débito a Labão, e queria retornar a Canaã. Se tivesse partido nessa ocasião só teria levado consigo sua família; nada possuía. Pediu ao tio que o deixasse voltar para casa. Labão declarou que recebera revelação especial tenho experimentado por meio de mágica ou adivinhação dos seus deuses domésticos, que devia manter Jacó por perto a fim de garantir o seu sucesso e prosperidade.
Hoje os ceifeiros, quanto mais amigos do rei melhor, mais influências podem ter. Quem dera fosse o Rei dos reis. O ceifeiro Daniel que se absteve do manjar do rei. Dn. 1.8. E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar. Uma Decisão pela Justiça. Resolveu Daniel firmemente. Inteligência inata e comportamento nobre eram complementados neste homem por uma firme lealdade aos princípios. Não contaminar-se. A contaminação nada tinha a ver com qualquer elemento prejudicial que houvesse no alimento ou na bebida. Era antes por ser "do rei". A palavra traduzida por contaminar-se pode significar contaminação física, Is. 63.3, contaminação moral Sf. 3.1, ou, mais frequentemente, contaminação cerimonial, Ed. 2.62; Ne. 7.64. Quanto à relação entre o alimento e a bebida com a contaminação cerimonial, Mt. 15.11. Embora recomende moderação, a Bíblia em lugar nenhum ordena abstinência de qualquer alimento ou bebida com base moral; o problema era cerimonial ou religioso. A religião afetava toda a vida dos antigos, como ainda nos povos primitivos da atualidade e como deveria para todos os homens. Até mesmo o comer é o beber tinha um ritual e significado místico.
O matar de um animal era um ato religioso que deveria ser executado com solenidades próprias. A carne da mesa do rei era sem dúvida morta de acordo com o ritual pagão e oferecida a um deus. Os judeus estavam proibidos de comer carne sacrificada a um deus pagão. Êx. 34.15, pois era "servir a outros deuses" aos olhos públicos. Os judeus sempre enfrentaram este problema ao comer fora de sua terra. Os. 9.3-4; Ez. 4.13-14. Uma situação semelhante prevalecia quanto ao vinho. Outro problema era que os procedimentos levíticos não eram considerados, isto é, a comida e a bebida do rei não eram. Lv. 3.17; 6.26; 17.10-14; 19.26. Um Procedimento de acordo com a Justiça. Em caso de necessidade, as leis cerimoniais podiam ser postas de lado Mt. 12.3-5; I Sm. 21.6; Nm. 28.8-9. Foi porque Daniel tinha o discernimento de perceber o propósito real nestas coisas de afastá-lo de sua santa fé, que ele então resolveu não se submeter sem lutar. Ele simplesmente determinou através do alimento manter viva a lembrança de sua pátria. Ele queria viver na Caldéia como um exilado e cativo, mas como procedente da sagrada família de Abraão.
Hoje o ceifeiro visa primeiro a sua vida e depois a do próximo. O ceifeiro Paulo que não teve a sua vida por preciosa. Fp. 1.21. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. A morte é uma grande perda para o homem carnal e mundano, porque perde todas as bênçãos terrenas e todas suas esperanças, porém para o crente verdadeiro é lucro, porque é o fim de todas suas fraquezas e misérias. O livram de todos os males da vida e o leva a possuir o bem principal. A disjuntiva do apóstolo não era entre viver neste mundo e viver no céu —entre elas não há comparação—; era entre servir a Cristo neste mundo e desfrutar dEle no outro. Não entre duas coisas más, senão entre duas coisas boas: viver para Cristo ou estar com Ele. Veja-se o poder da fé e da graça divina; pode dispor-nos para morrer.
Hoje, muitos ceifeiros têm negado e se afastado da fé. O ceifeiro Pedro que, mesmo tendo negado não se apartou da fé. Mt. 26.69-75. Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente. O pecado de Pedro é relatado com veracidade, porque as Escrituras tratam com fidelidade. As más companhias levam a pecar: os que se introduzem desnecessariamente nisso podem fazer-se a expectativa de serem tentados e capturados, como Pedro. Apenas podem desprender-se dessas companhias sem culpa ou dor, ou ambas. Grande falta é ter vergonha de Cristo e negar que o conhecemos quando somos chamados a reconhecê-lo e, em efeito, isso é negá-lo.
O pecado de Pedro foi com agravantes; mas ele caiu em pecado por surpresa, não em forma intencional, como Judas. A consciência deveria ser para nós como o canto do galo para lembrar-nos dos pecados que temos esquecido. Pedro foi assim deixado cair para abater sua confiança em si mesmo e torná-lo mais modesto, humilde, compassivo e útil para os outros. O fato tem ensinado, desde então, muitas coisas aos crentes e se os infiéis, os fariseus e os hipócritas tropeçam nisto ou abusam daquilo, é por seu próprio risco. Apenas saberíamos como agir em situações muito difíceis, se deixados a nós mesmos. Portanto, que o que se crê firme, tenha cuidado que não caia; desconfiemos todos de nossos corações e confiemos totalmente no Senhor. Pedro chorou amargamente. A pena pelo pecado não deve ser ligeira senão grande e profunda. Pedro, que chorou tão amargamente por negar a Cristo, nunca tornou a negá-lo, senão que o confessou frequentemente frente ao perigo. O arrependimento verdadeiro de qualquer pecado se demonstrará pela graça e o dever contrário; esse é o sinal de nosso pesar não somente amargo, mas sincero.
O ceifeiro Estevão, que não negou falar a verdade diante dos homens. Hoje, muitos ceifeiros não falam a verdade, abrigando-se debaixo do argumento: Não vivemos mais naqueles dias. At. 7.59. E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. Nada é tão consolador para os santos moribundos ou tão animador para os santos que sofrem, que ver a Jesus à destra de Deus: bendito seja Deus, pela fé podemos vê-lo ali. Estevão ofereceu duas breves orações em seus momentos de agonia. Nosso Senhor Jesus é Deus, ao qual devemos buscar, e em quem devemos confiar e consolar-nos, vivendo e morrendo. Se isto tem sido nosso cuidado enquanto vivemos, será nosso consolo quando morrermos. Aqui há uma oração por seus perseguidores. Embora o pecado foi muito grande, se a eles lhes pesasse no coração, Deus não o colocaria na conta deles. Estevão morreu tão pressionado como nunca morreu homem algum, mas ao morrer, se diz que dormiu; ele se dedicou à tarefa de morrer com tanta compostura como se tivesse ido a dormir. Acordará de novo na manhã da ressurreição para ser recebido na presença do Senhor, onde há plenitude de gozo, e para compartir os prazeres que estão a sua destra para sempre.
O ceifeiro Moisés, que levou o povo até onde for possível. Hoje, os ceifeiros abandonam o povo no deserto por qualquer motivo. Dt. 34.5-7. Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme a palavra do Senhor. E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura. Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor. Embora não tivesse permissão para entrar na terra, Moisés observou e viu os picos de suas montanhas ao norte, do alto de um, no qual ele, com Elias, mais tarde ficaria e falaria com o Mediador da Nova Aliança sobre o êxodo que Ele teria de fazer até Jerusalém, antes que fizesse a travessia para a herança celestial, Mt. 17.3; Mc. 9.4; Lc. 9.30-31. Foi necessário que Jesus morresse antes de penetrar no Seu descanso, porque Ele era o verdadeiro Mediador que veio para reconciliar o povo pecador com o seu Deus; Moisés tinha de morrei sem entrar no descanso típico, porque na qualidade de mediador do V.T. ele ficou, por causa da transgressão oficial, desqualificado para completar a missão que prefigurava a do Filho de Deus sem pecado. Diferentemente de Moisés, que após sua morte foi substituído por Josué, Dt. 33.9, o Mediador Messiânico seria o Seu próprio sucessor depois da morte, porque não seria possível a morte retê-lo. Nem se lhe abateu o vigor. Moisés, embora com 120 anos de idade Dt.31.2; Êx. 7.7, não morreu por causa da idade avançada, mas por ordem de Deus, o qual cria e destrói com Sua palavra soberana, Dt. 34.5.
CONCLUSÃO: Se nós nada fizermos, certamente não haverá esperança para este mundo perdido. Infelizmente o ser cristão nascido de novo não significa ser um ceifeiro, obreiro, discípulo de Jesus. A seara (almas) está passando, sem qualquer esperança de ter um futuro com Deus. Na agricultura todas as atividades devem ser realizadas com fidelidade, dedicação e muita atenção, para que os frutos não venham a passar, apodrecer pela negligencia dos trabalhadores. Existe uma enorme falta de trabalhadores. Será que eu, você, podemos dizer a Jesus Eis-me aqui, Senhor? Que Deus nos dê esse despertamento enquanto podemos trabalhar. Vamos trabalhar enquanto é dia, a noite vem, quando ninguém pode trabalhar, Jo. 9.4. Estes são alguns motivos pelos quais há tão poucos obreiros, ceifeiros. Mas, oremos ao Senhor da seara, para que mande obreiros com as qualidades anteriormente citadas.